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quinta-feira, janeiro 24, 2013

Borboletinhas no estomago.

Amor. Vergonha. Saudade.


Não sei quantas vezes prendi e soltei o cabelo em frente ao espelho. 
Gastei a bateria da velha câmera digital tentando dizer palavras com algum sentido e não encontrei ângulo algum que me fizessem desejável sequer bonita. 
A voz soava infantil demais, as palavras poéticas demais, a música de fundo, muito alta. Estava gorda, estava eloquente, estava amedrontada. 
O cabelo não ajudou, os olhos vermelhos brilhavam, culpa das lagrimas que não deveriam aparecer, a voz tremula. 
Nada estava bom, nunca ficava bom.

Sentei no chão frio do quarto tentando entender o que aquela adolescente fora de época estava tentando fazer. Não era o que fazia e sim o motivo pelo qual fazia. 
Eu voltei a sorrir sem perceber imaginando tardes de sol e pic-nics no chão da sala de estar. Café na cama, e beijos molhados após o banho. 
Uma luz entrou pela janela da sala e notei que a lua brilhava, diálogos aconteciam silenciosos em minha mente. 
Contraditoriamente, não havia palavras, eram beijos. 
Apaixonados, incansáveis.

O excesso de sensações era tamanho. 
Transformei-te em um espelho. 
Coloquei sobre a cama e me vi refletida em você, como de começo. 
Olhei em meus olhos, você estava ali, atrás de um brilho peculiar que existia somente quando você existia em mim. 
Fiz declarações, contei meus desejos e medos e você ouviu silencioso, atento. 
Sem palavras dizia que tudo ficaria bem e acreditei. 
Deitei-me para dormir e novamente te vi. 
Estava perto, sólido, concreto, poderia abraça-lo se estendesse as mãos. 
E foi o que fiz. 


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