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terça-feira, julho 05, 2011

Textinho de um ano atras...



“-E então ‘tá’ a fim de sair hoje?”

Ele perguntou animado, sempre com a esperança de que um dia eu dissesse sim. E obviamente hoje não era O dia e como sempre respondi o clássico:

“- Não”. E afastei-me.

Ué, o que mais eu podia dizer? “Tô” com dor de cabeça ou “minha avó morreu”? Nem ferrando. Dor de cabeça é só pra fugir de sexo e quanto a minha avó... Bem, ela morreu faz tempo e todo mundo sabe.
Queria mesmo é ser sincera. Por mim diria “Preciso ficar sozinha, talvez outra hora. Quando quiser companhia eu aviso”. Mas, isso TODO MUNDO diz que é levar um fora. -Vá lá entender a cabecinha das pessoas. – Então sou direta digo “NÃO” e o fulaninho não se ofende, só fica triste e me ignorando por uns três dias.

Na boa, seria muito engraçado se não fosse tão deprimente. FATO.

Então lhe dei um beijo no rosto, virei às costas. Olhei uma ultima vez dando uma piscadinha
- sei que ele odeia quando faço isso- e entrei em casa.
Tudo escuro, a casa vazia. Silêncio.
Todos foram à Igreja para missa de Páscoa, um instante de fraqueza e pensei: “Já sei. Eu já sei. Era para estar acompanhada nesse momento... PÉRAÍ, o que estou dizendo?”.

“SAÍA DESSE CORPO QUE NÃO TE PERTENCE, AGORA.” Gritei.

Não foi aquele grito do tipo: “acorda vizinho” foi mais do tipo “Enfim, liberdade!”.

Preferia mesmo estar sozinha a ficar ouvindo Alex falar de computadores e informática ou de suas alunas que o assediavam. Alex dá aulas de informática e tenho que admitir, ele é bom nisso, aliás, é bom só em informática, dar aulas não é bem à cara dele. Ele é divertido e simpático, mas, só depois de umas doses de tequila ou três horas de bochechas vermelhas -o que era tão incrivelmente encantador- Se não fosse um “porém”. Eu estava apaixonada.
Incrivelmente apaixonada e ele era tudo o que uma garota quer e sonha... E quando encontra desiste de procurar. É era ele... Ele tirava todas as minhas forças com aquela voz grave, quando me encarava sem dizer uma palavra, mas, quando dizia não me olhava. E não amigos, ele não era tímido, ao contrário, era um conquistador barato que cheirava a cigarro de menta, e com cabelos desalinhados caindo charmosamente sobre olhos negros, misteriosos. É estava sim apaixonadíssima. Entretanto, este não era Alex.




Estava apaixonada por Ryan, o irmão de Alex.



"Se pudesse lhe mataria mil vezes...
Se pudesse me mataria uma vez, sei que esta seria suficiente para mim."

Nada por mim.





Estive pensando seriamente sobre o que escrever. Então pensei em: nada.

Literalmente NADA.

Escrever sobre o meu nada, parece mais difícil do que pensei.

Porque o meu NADA parece ser TUDO?

Esta manhã meu coração acordou selvagem, impassível...

Com ódio.

Ódio de que exatamente, não sei. Talvez com ódio de ainda pulsar...

Rápido...

Intenso...

Teimoso...

Se isso é ruim? Ainda não tenho opinião formada sobre o assunto.

*risos*

Sem suicídio ou mortes... Ou desejo de qualquer coisa semelhante.

Somente palavras...

E a vontade de compartilhar um pouco de nada.

Já que esse nada tem muito do meu tudo.

Já que esse tudo, ora vago, ora inútil.

Ora, repleto de nada.

É apenas uma pequena parte do meu mundo.

É minha limitação. Minha verdade.

Então para escrever Já me decidi. E falei em mim

– coisa já esperada em um blog pessoal-

E provei que de completa em mim só a certeza de ser absolutamente NADA.

Nada útil. Nada concreto. Nada e só isso.