As vezes sinto necessidade de solidão. Tenho vontade de entrar em no primeiro ônibus para lugar nenhum, pegar uma mochila e jogar lá dentro boas e más lembranças, um maço de cigarros e aquelas moedas que parecem sem utilidade. 
Dá vontade sim de sair sem rumo, de fugir para o desertou ou para o campo, escalar uma montanha para testar a mim mesma e descobrir até onde sou capaz de chegar antes do por do sol. E se aguentar mais que um dia... Descobrir até onde aguentaria antes que a corda se rompesse ou eu caisse em um buraco.
Muitas vezes penso ser, de fato, uma alpinista escalando uma grande montanha: a vida.
Tenho a sensação de queda a cada movimento.
Quando entro em desespero falta-me o ar.
Um filme em câmera lenta passa diante dos meus olhos e todo o esforço perde o sentido.
Nesse momento fecho os olhos, reflito sobreo que vivi e as decisões que tomei afinal essas foram as placas que me trouxeram até aqui... Penso em que quero e se há uma forma de conquistar.

Respiro profundamente.
 “Vinte e três anos... Ainda há muito para viver e conhecer. Não estou satisfeita... Quero viver mais umas setenta primaveras, fazer picnics em um grande parque. Vestir branco. Adotar uma criança. Há muito para sentir... amor, raiva, paixão. Desistir agora seria covardia... Não dá pra sair do jogo sem a chance de uma revanche, sem dar a volta por cima. Eu não sei perder e não aprendi a desistir.”
Ainda tenho forças... Agarro-me a uma rocha e dou impulso para continuar a subir. Viver é um desafio. Viver é uma conquista diária...
Superar limites e vencer: Não existem obstáculos para quem conhece e acredita em si.