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sábado, outubro 09, 2010

Alguns instintos... E sutis verdades.



Um grito morreu na garganta, sufocado por suas lágrimas. “Não se pode acertar todas as vezes.” ela pensou ao sentir que seu corpo não respondia a seus comandos. Em alguns minutos ausentes de consciência a fumaça do cigarro tornou o ar cinza. Abriu os olhos e não viu luz. Pela primeira vez sentiu medo. Qualquer tentativa de movimentar-se seria frustrada pelo poder de seu vicio.


Há tempos não havia futuro e presente. Não mais sonhos, nem fantasmas do passado. Nem cor, nem motivo. Sabia que faltava intensidade. Foi quando decidiu dar as cartas.


A brincadeira jamais ficava séria, isso a enlouquecia. Sentia temor, prazer, tédio... Se havia um limite, era este sua unica ambição. Entretanto, desta vez foi diferente e lhe faltou ar. Apostou tudo o que tinha e percebeu que sua vida, era sua. Se não pôde escolher seu início no mais, podia escolher seu fim. Isso é ter o próprio destino nas mãos... E jurou a si mesma seguir seus instintos e vontades: se havia de sofrer ou ter prazer que fosse sua decisão e, não meramente conseqüência de outrem.


-Tendências suicidas e pensamentos psicóticos foram trancados a sete chaves em seu diário-


Algumas doses de qualquer liquido amargo e um cinto amarrado no pescoço. Divertia-se dessa forma. Começou por curiosidade, com o tempo virou necessidade. Há anos a mesma rotina e suas tentativas de suicídio estavam “ficando chatas”-segundo a mesma. Ainda assim, somente seu desejo mórbido de morrer lhe proporcionava algum prazer.


Em determinado momento de sua vida imaginou que um anjo viria agarrar sua mão se estivesse perto demais do fim. Seria este o sinal indicando a hora de parar.


Contanto, era tarde demais...


Não havia volta, não havia anjo. Ainda assim sentiu-se satisfeita.


Não pela morte, mas, pela vida.


Vida que sentiu esvair-se de si.


Vida que sentiu sendo levada com a fumaça dos cigarros...


Vida presa em garrafas de whisky.


Vida que não sentiu quando estava viva.


Vida que descobriu possuir quando não mais havia tempo para viver.




Não se pode acertar todas às vezes”... Mas, na Roleta Russa

uma vez é suficiente”.

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