Postagens populares

sábado, dezembro 03, 2011

Um gesto

Novamente estavam a sós. Ele a abraçou e parecia cuidar para que ela nunca partisse. Ela por sua vez escondia-se em seu abraço como se fugisse do mundo. Talvez não fosse o mundo que a assustava mas ela própria. Ela ora heroína, ora vilã; mulher e menina. Tanto faz quem era, ele parecia conhecer seus pensamentos ainda que estes não fossem exteriorizados. A pergunta era: "Até quando?" "Como um simples abraço poderia ser tão completo?". Em cada toque dele sua cabeça girava, o corpo se rendia e os lábios se encontravam. 
"-Pode ser que você entenda o que digo, se decidir ignorar não faz diferença. Ela tinha certeza do que iria dizer- "Isso não me pode ser tirado. Não quero perder isso."
Abraçou-o mais forte.

Como se ela entregasse a ele seu próprio coração que pulsava descontroladamente -sem máscaras, sem mentiras-. Ele recebeu sorrindo em cumplicidade. No fundo ele compreendia a situação. Então guardou-o em uma pratilheira numa estante poeirada, dentro de si mesmo, guardou-o em um local alto o bastante para que nada o atingisse e baixo o suficiente para toca-lo quando desejasse.








"As vezes uma situação não deve ser comentada, não por ser indigna de
comentários e sim, por ser especial demais para ser compartilhada"

Nenhum comentário:

Postar um comentário