Enquanto todos reparavam em
curvas que nunca notei, você se concentrava em meu sorriso. Aquele sorriso
torto, aberto, repleto de dentes. Sorriso que nunca parecia com boa vontade
longe de você. Disseram que sou velha, egoísta, com falta de amor próprio. Você
enxergava uma menina cheia de ideias mal formuladas, infantil quando se tratava
de algodão doce e que definitivamente não sabia agradecer presentes com
palavras. Ah, sim ganhei muitos presentes, mas de você vieram rosas, prosa e poesia.
Questionei-me sobre culturas, vontades, desejos e você carregou consigo minhas
lágrimas e meus medos. Eu quis descansar da loucura, repousar além da
intensidade. Descobri em você a calmaria e a mansidão. Conheci o desejo,
descobri sensações. Senti amor, paixão, tesão. Entendi, nunca busquei paz,
procurei o encaixe do meu corpo noutro corpo.
O encontro de almas. Busquei a intensidade verdadeira, que vira tudo pelo
avesso. Que te revira inteiro. Que te morde, te rasga, resgata, afaga, sufoca,
encanta, enlouquece. Que engrandece. E em um momento de repente você não estava
ali, estava em outro planeta, galáxia. Inatingível. Inacessível. Se senti
desejo de morrer, e morri dez vezes. Todas as noites. E em vez de crescer,
diminuí.
quinta-feira, janeiro 24, 2013
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